Não escrevo por lucro nem por
necessidade. Escrever não é minha lavoura. Também não é para me contradizer,
nem para aparecer. Não obedeço nenhuma regra, nenhuma ética. Mais debocho os
doutores das letras com meu enigmático vocabulário. Que honra ser satirizado!
Quem me dera! Mas só por serem sábios e eu um tolo. Do que nos amedrontamos de procurar
que já não vamos descobrir? Que a extinção é exata seja lá qual for seu gênio é
uma confiança. Os que descartam, nunca rejeitou essa veracidade. A empreitada
do espirito é desatar o mortal das algemas fixadas pelo policiamento, restabelecer
o barbarismo da liberdade reprimida; não, digo melhor, o ensaio com a existência
é a excelência sentimental, digo, a dignidade do Gênio. Os espiritas dogmáticos
de doutrinas maciços consideram-se uma imanência do gênio. Paradigmas de
desajustados. Doentes médicos da religião que querem curar os santos com suas próprias
enfermidades. A vacina de vírus fracos para imunizar a religião. Mas não ver
que só faz proliferar a dignidade do gênio? Que seja! Mas não é que não são sabichões de
si mesmo!
Então diz: se o momento não for unidimensional podemos viver nessa
rotina infinita. Ora, e por acaso houve algum momento? O momento deu inicio e
fim a si mesmo em algum momento. E continua: tudo estar no seu tempo, pois nada
é sem tempo. Então corre no tempo não por gênio, mas por relaciona-lo. E diz
que a velocidade é a nova temporada. A velocidade é a pedra angulada. Gênio da notícia.
Evitais a temporada na ocasião! Empacai na estação em andamento!
Diz hoje o ambientalista: a tara que inicia a filosofia é a
racionalidade. Mas nem ao menos se dão o trabalho de ver que quanto razoáveis
são.
O cristianismo é uma renuncia a vida, eis porque Jesus quis morrer nos
moldes de Sócrates.
Mas com certeza não é mais imaginável
retroceder à inocência simples e feliz do gênio inicial sensível, ou seja, a
uma instintiva felicidade inconsciente. A facilidade e naturalidade da
linguagem que emana de Vieira. O preto no branco não é distinto de uma única
palavra paz. Haverá paz entre o céu e o inferno? Amizade e pretexto são
misturas heterogênicas que se harmonizam. A amizade é incômoda, o pretexto uma
alucinação. A firmeza torna a amizade fiel e constante, mas nenhuma amizade
apropriada admitirá de não ter uma dimensão de alucinação, de aberração.
Diz o positivista: se o homem atual fosse capaz de voltar à mentalidade
arcaica pré-cristã e anular o sentido linear do tempo, terá dado o maior passo
em direção á grande mutação para o Grande homem.
Esse conseguiu ir além das fronteiras filosóficas. Prossigamos então
nesse mesmo caminho em busca do paraíso perdido. O nostálgico só pensa: “Eu era feliz e não sabia, mas como era
doce o meu mel!”.
Mas o filosofo arrisca considerar a confusão social em que o Pequeno homem
se meteu no mundo do lucro financeiro. Então se dá conta de que habituar-se
agora só é possível se fazer um pacto social que leve em conta à
irreversibilidade das transformações produzidas pela História. Sabe que a
filosofia brotou da vontade de domínio. A possibilidade é mínima, mas é
possível. Vivemos no único mundo que é possível ter probabilidades.
Então o doutor diz: Se o retorno ao instinto não é possível, tampouco o
uso de uma racionalidade férrea e fria pode dar uma resposta verdadeira ao
dilema fundamental da política: como, por exemplo, garantir, ao mesmo tempo, a
segurança coletiva e a liberdade individual; Ponto.
Mas como? Penso, como um professor em atividade, que só resta à escola
fazer uma profunda alteração antropológica do ser humano que frequenta a escola
de modo a tornar inoperantes as podridões produzidas pela sociedade. Taí uma
receita pronta! Não tem erro. É só seguir o teor, mas se os sintomas
persistirem procure a orientação de seu médico. No Brasil a disciplina de
Sociologia tornou-se obrigatória nas escolas depois de muita luta. Antes tarde
do que nunca. É pouco, mas já é um braço de mar. Mas o que se ensina em
sociologia? Ser cúmplice? Somente um homem não mais educado na escola do egotismo
e do domínio particular poderá fazer escolhas maquiavelices com base não nos
seus interesses particulares, mas tendo em vista o bem-estar do conjunto da
sociedade, segundo os princípios da vontade geral. Generosidade de pensamento!
Péssimo exercício.
(continua no poste seguinte)
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