quarta-feira, 26 de outubro de 2011



   Não escrevo por lucro nem por necessidade. Escrever não é minha lavoura. Também não é para me contradizer, nem para aparecer. Não obedeço nenhuma regra, nenhuma ética. Mais debocho os doutores das letras com meu enigmático vocabulário. Que honra ser satirizado! Quem me dera! Mas só por serem sábios e eu um tolo. Do que nos amedrontamos de procurar que já não vamos descobrir? Que a extinção é exata seja lá qual for seu gênio é uma confiança. Os que descartam, nunca rejeitou essa veracidade. A empreitada do espirito é desatar o mortal das algemas fixadas pelo policiamento, restabelecer o barbarismo da liberdade reprimida; não, digo melhor, o ensaio com a existência é a excelência sentimental, digo, a dignidade do Gênio. Os espiritas dogmáticos de doutrinas maciços consideram-se uma imanência do gênio. Paradigmas de desajustados. Doentes médicos da religião que querem curar os santos com suas próprias enfermidades. A vacina de vírus fracos para imunizar a religião. Mas não ver que só faz proliferar a dignidade do gênio?  Que seja! Mas não é que não são sabichões de si mesmo!
Então diz: se o momento não for unidimensional podemos viver nessa rotina infinita. Ora, e por acaso houve algum momento? O momento deu inicio e fim a si mesmo em algum momento. E continua: tudo estar no seu tempo, pois nada é sem tempo. Então corre no tempo não por gênio, mas por relaciona-lo. E diz que a velocidade é a nova temporada. A velocidade é a pedra angulada. Gênio da notícia. Evitais a temporada na ocasião! Empacai na estação em andamento!
Diz hoje o ambientalista: a tara que inicia a filosofia é a racionalidade. Mas nem ao menos se dão o trabalho de ver que quanto razoáveis são.
O cristianismo é uma renuncia a vida, eis porque Jesus quis morrer nos moldes de Sócrates.
 Mas com certeza não é mais imaginável retroceder à inocência simples e feliz do gênio inicial sensível, ou seja, a uma instintiva felicidade inconsciente. A facilidade e naturalidade da linguagem que emana de Vieira. O preto no branco não é distinto de uma única palavra paz. Haverá paz entre o céu e o inferno? Amizade e pretexto são misturas heterogênicas que se harmonizam. A amizade é incômoda, o pretexto uma alucinação. A firmeza torna a amizade fiel e constante, mas nenhuma amizade apropriada admitirá de não ter uma dimensão de alucinação, de aberração.
Diz o positivista: se o homem atual fosse capaz de voltar à mentalidade arcaica pré-cristã e anular o sentido linear do tempo, terá dado o maior passo em direção á grande mutação para o Grande homem.
Esse conseguiu ir além das fronteiras filosóficas. Prossigamos então nesse mesmo caminho em busca do paraíso perdido. O nostálgico só pensa: “Eu era feliz e não sabia, mas como era doce o meu mel!”.
Mas o filosofo arrisca considerar a confusão social em que o Pequeno homem se meteu no mundo do lucro financeiro. Então se dá conta de que habituar-se agora só é possível se fazer um pacto social que leve em conta à irreversibilidade das transformações produzidas pela História. Sabe que a filosofia brotou da vontade de domínio. A possibilidade é mínima, mas é possível. Vivemos no único mundo que é possível ter probabilidades.
Então o doutor diz: Se o retorno ao instinto não é possível, tampouco o uso de uma racionalidade férrea e fria pode dar uma resposta verdadeira ao dilema fundamental da política: como, por exemplo, garantir, ao mesmo tempo, a segurança coletiva e a liberdade individual; Ponto.
Mas como? Penso, como um professor em atividade, que só resta à escola fazer uma profunda alteração antropológica do ser humano que frequenta a escola de modo a tornar inoperantes as podridões produzidas pela sociedade. Taí uma receita pronta! Não tem erro. É só seguir o teor, mas se os sintomas persistirem procure a orientação de seu médico. No Brasil a disciplina de Sociologia tornou-se obrigatória nas escolas depois de muita luta. Antes tarde do que nunca. É pouco, mas já é um braço de mar. Mas o que se ensina em sociologia? Ser cúmplice? Somente um homem não mais educado na escola do egotismo e do domínio particular poderá fazer escolhas maquiavelices com base não nos seus interesses particulares, mas tendo em vista o bem-estar do conjunto da sociedade, segundo os princípios da vontade geral. Generosidade de pensamento! Péssimo exercício.
                                  (continua no poste seguinte)


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