sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Não precisou implorar.

Este dia poderia ter começado e terminado como sempre começam e terminam seus dias… Normais, enfadonhos. Sua excitação misturando-se ao oxigênio e alguns poucos machos sentindo isto na pele e no olfato, no entanto, estava claro para ela e isto via-se no seu olhar e gestos que ele seria inusitado, incomum, diria até, despudorado, safado!
Este dia abrasava, roçava em suas pernas, fazia arder suas entranhas, convidava para o prazer…

No banho percebe suas mãos com vida própria. Na nuca deslizavam apenas as pontas dos dedos. Redesenhavam o contorno do seu pescoço, perdiam-se atrás da orelha e seus dedos ousadamente penetravam em seus ouvidos, um após o outro, e cada um deles gemiam. Gemiam desejo, gemiam paixão.
Agora contornavam seus lábios penetravam em sua boca e eram bem vindos. Entravam e saíam, eram mordidos, lambidos, chupados com violência e esquecidos como se precisassem descansar e aguçar sua imaginação…

Descansados e ousados pressionavam seus mamilos, desciam até seu umbigo, subiam novamente. Lentamente, mais pressão, iam e vinham, tinham pressa.
Novo descanso. Pararam sobre a sua vagina. Excitava-se ao olhar.

Não entendia esta vida própria que os possuía, mas deliciava-se aos vê-los em um movimento ousado e não podia mais conter seus gemidos, seu desejo, sua tara.

Abriu suas pernas de forma provocante e implorou para ser penetrada…
Mas o que é isto? Não se mexem mais? Que desejo é este que imprimem em mim e que se negam a satisfazê-lo? Que louca brincadeira é esta? Não vão me possuir? Excitam-me, me alucinam, se insinuam, me provocam a ponto de perder minha racionalidade e o domínio sobre minhas emoções e simplesmente se vão?
Sua respiração ainda estava ofegante, seu coração batia descompassadamente, seu sexo em chamas e sua mente perdida na fantasia do não acontecido, tenta em vão racionalizar e entender o que se passara.

Ouve a campanhia…

Violentamente é arrancada do seu devaneio. Odeia esta intromissão e insanamente, sem sequer cobrir-se com a toalha, vê-se diante da porta, sua mão gira a chave, toca na maçaneta e abre-a…
Aquele estranho homem com um fogo nos olhos que queima seus lábios, estende sua mão direita, toca na sua nuca e puxa-lhe para um beijo. Nunca sentira um beijo como aquele, doce, suave, envolvente e com tantas nuances e movimentos.
Escuta a porta bater, a chave girar. Seu corpo nos braços daquele que cheira a desejo é envolvido por um abraço que há muito não sentia. Ele move-se livremente e parece conhecer aquele espaço. Estão no quarto, sobre a cama. Abre suas pernas, não precisou implorar.

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