NOVA ESTRATÉGIA EDUCATIVA
GRAMSCI
“Devemos impedir esse cérebro de
funcionar durante vinte anos”
Essa foi a frase proferida pelo
procurador-geral do governo de Mussolini no julgamento de Gramsci. Pois entre
os intelectuais italianos que marcaram a historia da europa, numerosos são os
que passaram anos de sua vida e escreveram o melhor de sua obra na prisão ou no
exilio. Quanro mais seu pensamento e suas atividades contibuiam para o
desenvolvimento cultural e para a educação do povo, maiores foram a repressão
de sua voz e a deformação de sua mensagem.
Assim como Tommaso Campanella
escreveu a primeira “Utopia” italiana, com o título Acidade do Sol, durante os vinte e sete anos que passou no cácere,
também antonio Gramsci escreveu na prisão o texto mais importante já produzido
sobre a função educativa e política dos intelectuais que atualmente são
conhecidadas com o nome de Caderno do
Cárcere.
Jornalista e membro do Partido
comunista Italiano, Antonio Gramsci se notabilizou como escritor brilhante e
político atuante. Passou mais de 10 anos preso sob o regime facista de
Mussolini.
No projeto filosófico de Gramsci
o que está em pauta é a emancipação universal de toda a humanidade e, portanto,
a necessidade de nós construímos, de preferencia pelo consenso, esta visão que
se tronasse hegemônica para toda humanidade, que pudesse assegurar a todas as
pessoas um mais de autonomia, um mais de realização e um maior índice de
humanização.
FILOSOFIA DE PRÁXIS
Bem na linha da tradição
marxista, a visão da filosofia da práxis de Gramsci é uma visão universalista,
é uma visão que transcende os limites de cada sociedade histórica particular.
Trata-se de uma proposta de construção de uma civilização cosmopolita, ou seja,
as condições de humanização precisam ser válidas para todos os homens,
independente de todas as suas diferenças e particularidades. Nenhuma diferença
deve justificar qualquer tipo de desigualdade.
Para Gramsci, o papel do filosofo
deve ser pensar, explicitar e discutir a união entre teoria e prática, ou seja,
a ítima ligação que existe entre nossas atividades subjetivas, tais como nossa
reflexão e nossas ações objetivas, seja no trabalho ou em nossa atividade
política e social.
Ele insiste em dizer que todos os
homens são filósofos. Mas ele não quer dizer com isso que que todos os homens
sejam profissionais em filosofia, mas que todas as nossas ações, desde as mais
simples, desde as mais elementares, são ações atravessadas por uma significação
propriamente reflexiva, e uma reflexão teórica.
Ele se esforça em mostrar que não
existe dicotomia entre pensamento puaramente teórico, subjetivo e uma prática
concreta, objetiva. Por isso, ele fala em práxis, que é a prática informada
pelo conhecimento, informada pela reflexão.
EDUCAÇÃO
Para Gramsci, a educação deve
elevar as pessoas do senso comum ao bom senso. O bom senso é a capacidade de
entendimento da realidade, do conhecimento dos requisitos da ação de talmodo
que o agir do homem tanto no âmbito individual, quanto coletivo, seja
esclarecida pela consciência filosófica.
A educação é esse processo de
elevação da consciência filosófica, ou seja, este máximo de explicitação dos
sentidos que norteiam a nossa prática, para que ela não seja uma prática
mecânica, instintiva ou uma pratica totalmente condicionada como ocorre, por
exemplo, no caso dos demais seres vivos. O seu agir não é conduzido por
significações intelectualmente elaboradas.
A tarefa que cabe à educação é
suscitar o bom senso, a consciência filosófica e, consequentemente, o exercício
da reflexão crítica.
Quando nós olhamos a educação, de
modo geral, como professor formativo, é sempre esta idéia, que é da tradição
filosófica ocidental. É você sair da pré-conciencia para a consciência, e no
caso da expressão de Gramsci, do senso comum à consciência filosófica. Quando
nós passamos para a escola concretamente, como é que dá esse processo
formativo? É justamente explicitando a ideologia e, eventualmente, construindo
uma contra-ideologia, que é o que pede da escola.
IDEOLOGIA E CONTRA-IDEOLOGIA NA
ESCOLA
Quando a ideologia é construída a
partir do consenso e da comunhão das posições, sentimentos e interesses de
todos os membros dessa sociedade, temos,sengundo Gramsci, uma ideologia
orgânica. Por outro lado, se a ideologia é construída de forma mais artificial,
temos uma ideologia arbitrária. Acontece quando, por exemplo, um partido
político com a intenção de dominar a sociedade, elabora um programa ideológico,
um conjunto de valores que impõe àquela sociedade.
ESCOLA UNITÁRIA
A proposta que Gramsci tem para a
escola, que ele designou como escola unitária, seria exatamente uma experiência
desta organicidade, desta harmonia, deste esforço de consenso que constrói a
comunidade. Quando Gramsci considera a escola como devendo ser uma experiência
unitária, ele está dizendo, por exemplo, que a formação que nós vamos receber
na escola durante esse processo, dessa dialética pedagógica de sair do senso
comum para o bom senso, de conhecer a ciência, a filosofia, as artes, este
processo mediado pelo currículo deve ser um processo plenamente unificado.
Unificado primeiro no seguinte: todas as pessoas tem de participar desse
processo. Não há uma hierarquização, uma diferenciação no trabalho pedagógico.
Ele deve ser um trabalho pedagógico unificado, direcionado, destinado a todos
os integrantes da sociedade. Mas, além disso, esse trabalho de formação, que se
dá no interior da escola, não se estrutura de forma dividida, fragmentada. É,
simultaneamente, uma educação única, ou seja, a educação para o trabalho, para
a vida social, para acultura. Não existe uma escola profissionalizante que se
separa de uma escola de humanidades, de uma escola que cuidadasse do teórico ou
que cuidasse do prático, porque para Gramsci é fundamental esta união entre
essa dimensão de subjetividade, de criação teórica e essa dimensão de ação
prática.
EDUCADOR GRAMSCIANO
Para Gramsci, a escola deve ter
um caráter unitário, ou seja, deve integrar as pessoas em todas as dimensões de
nossa existência. Além disso, a educação escolar é a responsável pela
conservação, sistematização e disseminação de todo o conteúdo armazenado e
articulado pela ideologia, tais como a ciência, as artes, a filosofia, a
política e a ética.
Não só podemos como devemos
pensar a relação pedagógica, a didática, a prática docente do educador, minimamente
coerente com essas preimissas. Porque se nós concebermos o processo pedagógico
como esse processo de explicitação das significações da existência humana, que
estão articuladas em torno desses conjuntos ideológicos, desta cosmovisão, é
evidente que o professor não pode atuar de uma maneira puramente tecnicista. A
formação jamais será um processo mecânico, autoritário e que não faça mediação
única e exclusivamente através de uma lógica e de uma pedagogia dialética, no
sentido de que leva o estudante a esta experiência de reflexão.
A Educação não deve ser
instrucional, mas de vivencia, de reflexão e de conhecimento. Um processo que,
ao mesmo tempo em que o exercício da subjetividade pode trazer ao educando,
leva esse indivíduo a fazer uma avaliação crítica de todo o acervo de que
dispõe e a propor novos significados. O educador com inspiração gramsciana deve
dominar as informações e metodologias didáticas de sua área de atuação. Deve
ser criativo no sentido de despertar, incentivar e fazer avançar as descobertas
dos aprendizes e ser crítico quanto a sua própria prática. É um professor não
dogmático, mas construtor, mas que valoriza a autonomia e o espaço para a
criação.
Considerando um professor não
dogmático somente de conteúdo, mas de fato e de direito, ou seja, que o
professor seja um professor isento de qualquer assunto religioso –permita-me
falar disso aqui, pois julgo coerente e oportuno, demais estou entalado e
preciso tirar esse engasgo - que não seja adepto, na sua vida privada, de
nenhuma religião. Porque as religiões são dogmáticas, são doutrinárias, são
avessas a ciências – porém nada fazem sem a ciência - a arte e a filosofia de
livre pensador. Porque um educador cristão, por exemplo, acredita que os mortos
ressuscitam.Que os espiritas acreditam em reencarnação e por aí vai. O que faz
com que esse educador, por mais profissional que seja não consegue se livrar
desses dogmas, e, portanto, vai andar com o freio de mão puxado. A criança,
aluno, já recebe de cara isso em casa, mas na escola é o lugar onde se podem
tirar os tóxicos mentais impregnados pelos dogmas, e, com mais firmeza, os da
religião, que, já é visto sempre, por esses dogmas absurdos matam e morrem. O
professor educador, é um agente publico, pertence ao Estado e o Estado deve ser
Laico. Mesmo as escolas privadas de uma forma ou de outra é Estatal. Visto que
seus currículos e grades curriculares obedecem a resoluções do Estado. Na
verdade, para um Estado Laico, deve se banir o “Ensino Religioso” das escolas
brasileiras que, currículo “facultativo”, está impregnado nas escolas
brasileiras. Esses ensinos são puramente cristão porque ninguém de outra
religião se atreveria em reivindicar o ensino da Umbanda, nem Mulçumano ou
espírita. Não há o que ensinar em religião porque para o religião tudo já tem
explicação, tudo é Deus e nem mesmo se pode discutir como é que Deus fez isso
ou aquilo. Que a palavra de ordem é: “que
sua palavra seja sim sim, não não, o que passar disso é do maligno”.
Portanto, o professor Gramcino vai durar muito tempo para ser uma realidade.
Todo religioso, aqui os cristãos, analfabetos, nada sabem de nada,mas de deus
tudo sabe. Portanto, melhor do que ir a escola é ficar em casa. Porque aprender
a ler não significar nada, posto que tem o Livro da Vida, tem a Bíblia que, sem
nunca terem lido um frase dizem: “ a
Bliblia diz que”.E pronto, ali está e “verdade” escrita pelo punho do
próprio Deus e nem mesmo se pode contradizê-lo porque o pior dogma, o dogma que
mais tem força é aquele que diz: “respeita
a minha crença!”.
NOVA ESTRATÉGIA EDUCATIVA
Os processos educativos de
desenvolve de muitas maneiras e devem ser estudados prestando especial atenção
aos momentos que geralmente não são considerados educativos no sentido estrito
do termo. A escola, a formação profissional, a educação de adultos e a
universidade podem ser apenas uma fachada, um aparente conflito entre a
organização da cultura e o poder político, sendo que a maioria das ações que
produzem “persuasão permanente” ocorrem nos bastidores, à margem do sistema educativo
formal. As decisões tomadas no âmbito dos meios de difusão, da editoração e da
comunicação; as mudanças introduzida na organização do trabalho; as opções em
favor de uma ou de outra tecnologia da indústria e dos serviços; o sistema de
escolhae nomeação de funcionários e dirigentes de sindicatos e dos partidos,
bem como sua função na vida cotidiana da sociedade constituem os principais
veículos modernos e ocultos dos processos educativos.
É preciso perder o habito e
deixar de conceber a cultura como saber enciclopedio, no qual o homem é visto
sob a forma de recipiente para encher e amontoar com dados empíricos, com fatos
ao acaso e desconexos, que ele depois deverá arrumar no cérebro como nas
colunas de um dicionário para poder então, em qualquer altura, responder aos
vários estímulos do mundo externo. Esta forma de responder aos vários estímulos
do mundo externo. Esta forma de cultura é deveras prejudicial, especialmente
para o proletariado. Serve apenas para criar desajustados, ente que crer ser
superior ao resto da humanidade porque armazenou na memoria certa quantidade de
dados e de datas, que aproveita todas as ocasiões para estabelecer quase uma
barreira entre si e os outros. Serve para criar um certo intelectualismo
flácido e incolor que pariu uma ceterva de presunçosos e desatinados, mas
deletérios para a vida social do que os micróbios da tuberculose ou daa sífilis
para a beleza e a sanidade física do corpos.