quarta-feira, 26 de outubro de 2011


1        É com esses arranjos selvagens que precisaríamos incluir tudo, e isso seria possível se nossas três aprendizagens fossem tão-somente diversas; que improvisar, porém, se são combatidas, se, em vez de aperfeiçoar Onório para si mesmo, queremos afinar para os outros?



2        Onório é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro incondicional, que só se inclui a si mesmo ou com seu parente.



3        Onório existe avulso no nível da sua índole é significante ao mortal fino no que diz respeito à exterioridade ética. A primorosa sensatez que mantem com o humor e a atmosfera, além da falta de todas as outras misérias dispensáveis que lhes aborrece nesse mundo presente, posto que Onório ambicione somente as coisas que admite, é infeliz porque conhece as podridões determinados pelo atraso ético do coletivo. Chamado de avanço social.







4        O consorte fino é apenas um dinheiro a mais ligada à consequência, e cuja autoridade está em sua inclusão com o todo, que é a carcaça igualitária.



5        As próprias criações sociais são as que mais perfeitamente conseguem arrancar a gênio de Onório, afasta sua vida integral para produzir uma atinência, e dilatar o eu para uma rigidez ordinária, o destino que cada protegido já não se julgue como tal, e sim como um artefato da coesão, e só seja compreensível no aglomerado.



6        E o educandário hoje em dia desempenha muito bem o seu recibo de extrair o gênio sentimentalista. Uma cervejaria de servidor de homens.



7        Mas Onório não apreciou a catequização do grêmio, uma vez que percebeu alargar-se esse código a duas conclusões contrárias, não alcançava nenhum dos dois; só servia para inventar consortes de duas ditas-cujas, que sempre assemelhar-se a impor tudo aos diferentes, e nunca infligem nada senão a si mesmo.



8        Atraído pela índole e pelos os mortais a portas adversas da longevidade, da pedra filosofal, constrangido a repartir entre essas diferentes investidas, acompanha um arranjo que o leva a lugar nenhum. Assim, combatido e errante durante toda sua vida, terminamo-la sem ter podido entrar em acordo consigo mesmo, nem para com os outros.



9        Levado por essas três jovens para onde seu anseio premia por elas, na Rua do Boréu no Bairro Paruá, elas o guiavam nesse caminho que pronunciavam muitos acontecimentos e que pertencia aos gênios.



10     Caminho que leva o mortal que sabe todas as coisas. Para lá é que foi impelido. As jovens, filhas do Brilho, improvisaram um meio de fazê-lo deixar o denso Jardim de Infância Guru do Amontoado Dourado do mar para guia-lo em direção à Luz. Retirando, com seus delicados estilos, a catarata de suas gemas, as jovens, com suaves palavras, mostram as fendas, e persuadem-no que destravem a fechadura que o faz de imediato para, em néctar, ver a imanência de uma vasta greta. A Afrodite bonachona refugiou-o em seu colo. O tomou e foi dizendo, tomando a postura da rival Atena:



11    Resta, enfim a catequização doméstica ou do gênio, mas o que se tornará para os outros um marido que tenha sido afável excepcionalmente para si mesmo?



12    Se por destino o duplo fim que os recomendaram pudesse aliar-se em um só, suprimindo as contradições do marido, suprimirão um grande obstáculo à sua beleza.



13    Para ajuizar sobre isso, seria lacônico vê-lo todo constituído; seria preciso ter avisado suas amizades, ter visto seus avanços, escoltado sua cavalgada; numa voz, seria preciso aceitar o marido adequado.



14    Para cultivar esse marido raro, o que temos de fazer? Penso que o doutor não deva doutrinar lhes nada, mas desviar que o seu seminarista entre em contato com as perniciosas influencias morais da sociedade humana; contentar metodicamente a sua adequada bisbilhotice em qualquer domínio; inclinar casos de existência adequada a patrocinar o seu aumento automático.



15    Muito sem equívoco: impedir que algo seja feito. Quando se trata apenas de ir contra o vento, bolinamos; se, porem, o mar estiver agitado e quisermos permanecer parados, devemos lançar âncora.



16     Toma cuidado jovem navegador, para que teu condutor não se desamarre ou o shopping não se desencadear-se, e o assento se ponha a deriva antes que o intuas.



17    No alvará adequado, sendo os maridos todos idênticos, sua aptidão banal é a laia do marido, e quem quer que seja apoiado cortês para tal naipe não pode entupir moléstia as outras catalogadas com ela. Pouco me custa que deem uma fatalidade a meu discípulo um revolver, a Papado ou à rigidez. Antes da propensão dos maiores, a humor o flama para a história sentimental. Conviver é a modo de vida que anseio lhes doutrinar. Porque ao retirar-se de meus costumes, concordo que não será um tagarela, nem presidente, nem vigário de Cristo, mas será mortal, em elementar lugar. Porque tudo que um mortal deve ser, ele tem a inclinação de mortal e, se abreviado for, tão bem quanto qualquer diverso; e, ainda que sua desgraça o faça alterar o ambiente, ele continuamente encontrar-se em seu recinto de mortal.



18    Observai a humor e seguir a palhinha que vos baliza. Ele adestra ininterruptamente as gurias, enrijece seu temperamento com provas de toda a espécie e cedo lhes ensina o que é o sofrimento e dor.



19    Este astro, minha caveira, é verdadeiramente um lugar de angústia e infortúnios, um espaço em que um idiota se desenvolve e um ajuizado bom é detestado e sempre é caçado, um lugar em que um homem e uma cara metade em suas vicissitudes se torturam com reciprocidade em nome do amor; lugar onde as crianças são flageladas e alienadas em nome do dever familiar e da educação; lugar onde o homem de corpo e espirito fraco é envenenado, mutilado e crucificado em nome da salvação; lugar em que o sem caráter é encerrado numa prisão de horríveis torturas perpetuas em nome da justiça. Um lugar em que o trabalho mais pesado é bem vindo para a proteção contra o horror e o tédio do prazer, e que a caridade e a boa ação são construídas, sob medidas, para resgatar as almas do explorador e do sibarita.



20    Eis a regra da natureza. Por que contrarias? Não vedes que, acreditando corrigi-la, destruís sua obra, impedis o resultado de seu trabalho?





21    Fazer por fora o que a natureza faz por dentro é, segundo você, duplicar o perigo; mas, pelo contrário, é atraí-lo para longe, é cansá-lo... O destino do homem é sofrer em todos os tempos.



22    Uma criança passa seis ou sete anos nas mãos das mulheres e são vitimas dos caprichos delas e dos seus e, depois de lhe terem ensinado isso e aquilo, ou seja, depois de terem enchido sua memória ou de palavras que não pode entender, ou de coisas que não lhe serve para nada, depois de terem sufocado a natureza pelas paixões que fizeram nascer, colocam esse ser fictício nas mãos de um professor que acaba de desenvolver as sementes artificias que já encontram completamente formadas, e lhe ensina tudo, exceto a saber viver e se tornar feliz.



23    Quando essa criança, escrava e tirana, cheia de ciência e carente de juízo, igualmente débil de corpo e alma, jogada ao mundo, mostrando sua incapacidade, seu orgulho e todos os seus vícios, isso faz com que deplorem a miséria e a perversidade humana.



24    É engano: porque ele é o homem de nossas fantasias; o homem da natureza é feito de outra maneira.



25    Nossa mania professoral e pedantesca são de sempre ensinar às crianças o que elas poderiam aprender por si mesmas muito melhor e esquecer o que só nós poderíamos ensinar.



26    Haverá algo mais tolo do que ensinar uma criança a andar? Como se já tivéssemos visto alguém não ter aprendido andar por falta de alguém que o ensinasse a andar quando criança. Mas pelo contrario, vemos pessoas que andam mal porque assim os ensinaram.



27    Respeitai a infância e não vos apressei em julgá-la, que para o bem, que para o mal. Deixai as exceções se revelarem, se provarem, se confirmarem por muito tempo, antes de resolver agir em seu lugar, temendo contrariar suas operações.



28    Dizei que conheceis o valor do tempo e não quereis perde-lo. Não vedes que perdeis muito mais tempo empregando-o mal do que não fazendo nada, e que uma criança mal instruída está mais distante da sabedoria do que aquela que não foi absolutamente instruída. Ficais alarmado por ver uma criança consumir seus primeiros anos de vida sem nada fazer. Como! Não é nada ser feliz? Não é nada brincar, saltar, correr o dia todo? Em toda a sua vida não estará tão ocupada.





29    Platão em sua República, só educa as crianças em festas, jogos, canções, passatempos; dir-se-ia que ele terminou quando lhes ensinou a se divertirem bem.



30    Sêneca, falando da antiga juventude romana, disse: ela estava sempre de pé; não lhes ensinavam nada que ela devesse aprender sentada.





31    Teria por isso valido menos, quando chegou à idade adulta? Não admireis muito, portanto que, para aproveitar toda vida, não quisesse dormir nunca? Direis: este homem é louco; não desfruta o tempo, mas perde-o; para fugir do sono, corre da morte. Considerais, pois, neste caso ocorre a mesma coisa, e a infância é o sono da razão.



32    Embora a memória e o raciocínio sejam duas faculdades diferentes, uma não se desenvolve realmente sem outra. Antes da idade da razão, a criança não recebe ideias, apenas imagens, e a diferença entre uma e outra é que as imagens são apenas pinturas absolutas de objetos sensíveis, e as ideias são noções dos objetos determinadas por relações. Uma imagem pode estar sozinha no espirito que a imagina, mas toda ideias supõe outras ideias.





33    Quando imaginamos, não fazemos nada além de ver; quando concebemos, comparamos. Nossas sensações são meramente passivas, ao passo que todas as percepções ou ideias nascem de um principio ativo que julga.



34    Não existe língua bastante rica para fornecer tantos termos, expressões e frases quantas são as modificações que nossas ideias podem ter.



35    Tem se muito trabalhado para encontrar uma melhor maneira de uma criança ler. Um meio mais seguro e eficaz e seguro é o esquecido: o desejo de aprender. Dê esse desejo à criança porque o resto de nada serve, mas o método de despertar o desejo, qualquer que seja, é eficaz.



36    Se vosso aluno nada aprende de vós, aprenderá com outros. Se não prevenirdes o erro com a verdade, ele aprenderá mentiras; os preconceitos que não lhes damos, ele receberá de tudo que o rodeia, eles entraram por todos os seus sentidos, ou corromperão a sua razão antes mesmo que ela esteja formada, ou então seu espirito, embora por uma longa inação, absorver-se-á na matéria. A falta de hábito de pensar quando se é criança suprime a faculdade de fazê-lo pelo resto da vida.



37    Pegai o caminho oposto de vosso aluno; deixe que sempre pense ser o professor, e que sempre você seja o professor. Não há sujeição mais perfeita do que conservar a aparência de liberdade; pois assim se cativa a própria vontade.



38    A pobre criança que nada sabe, que nada pode, que nada conhece, não está a vossa mercê? Você não dispõe, com relação a ela, tudo que a cerca? Não pode agir sobre ela como quereis? Seus trabalhos, suas brincadeiras, seus prazeres, seus sofrimentos, não está tudo em tuas mãos sem que ela saiba? Sem duvida, ela só deve fazer o que quer, mas só deve querer o que você quer que ela faça. Ela não deve dá um passo sem que você tenha previsto; não deve abrir a boca sem você saiba o que ela vai dizer... Deixando a criança assim dona de suas vontades, não incentive os caprichos. Fazendo apenas o que lhe convém, logo ela só fará o que deve fazer, quando se trata de seu interesse presente e sensível verá que toda a razão de que é capaz desenvolver-se bem melhor e de uma maneira bem mais apropriada a ela do que em estudos de pura especulação.



39    A criança faz tudo o que o professor quer, sem lhe ordenar nada, sem lhe proibir nada, sem sermões, sem exortações, sem aborrece-la com aulas inúteis. Ela deve perceber que algo não vai bem e tira a lição da própria coisa.



40    Por que gastar tempo com instruções que vem sempre por si mesmas, e que não custam nem sofrimentos nem cuidados? Que criança de doze anos não sabe tudo o que você que ensinar ao seu aluno e mais o que seus professores lhe ensinaram?





41    Viu-se alguma vez alguém que tivesse aversão pelo pão ou pela água? Eis o rastro da natureza, eis portanto também a nossa regra. Conservemos na criança o seu gosto primitivo o mais possível; que sua comida seja comum e simples, que seu paladar só se familiarize com os sabores pouco picantes e não forme para si um gosto exclusivo.



42    O grande incoviniente dessa primeira educação é que ela só é percepitivel aos homens clarividentes e, numa criança educada com tanto cuidado, olhos vulgares enxergam apenas um moleque. Um professor pensa mais em seus interesses do que nos seus alunos; tenta provar que não está perdendo tempo e ganha bem o dinheiro que lhe dão; oferece-lhe um sabr de fácil exibição, que se possa mostrar quando se quiser; não o que lhe ensina seja útil, contanto que seja facilmente visível. Amontoa, sem escolha, sem distinção, cem coisas em sua memoria. Quando se trata de examinar o aluno, fazem com que ele desembrulhe sua mercadoria; ele a exibe, todos ficam contentes; em seguida, ele embrulha novamente o pacote e vai embora.



43     O meu gênio não é tão multimilionário assim, não tem mentira para desembrulhar, nada tem para revelar-se, a não ser ele mesmo. Um guri, assim como um mortal, não se observa num minuto. Onde estão os observantes que alcançam distinção ao primeiro olhar as descrições que individualiza esse guri? Tais pessoas existem, mas são poucas; e, dentre cem mil pais, não se encontrará nenhuma delas.



44    A astúcia humana tem seus encostes. Não somente um mortal não pode saber tudo, como não pode saber completamente o pouco que sabe os outros mortais. Já que a contraditória de cada proposição falsa é uma verdade, o numero de verdades é inesgotável, assim como o de erros.



45    Há, portanto, uma escolha das coisas que devemos ensinar, assim como um tempo apropriado para ensina-las.





46    Dos conhecimentos que estão ao nosso alcance, uns são falsos, outros são inúteis e outros servem para alimentar o orgulho de quem o tem.







47    As precárias informações que realmente cooperam para o nosso alívio são os honrados de exames de um ente ajuizado e, portanto de uma criança que queiramos tornar discreta. Não se trata de ciência exata o que há, mas apenas o que é favorável.



48    Alterar-se nossas percepções em fantasias, mas não palpitemos de repente dos componentes humanos para as peças cerebrais. É pelos os primitivos que devemos chegar aos seguintes.



49    Nas primeiras cirurgias do espirito, sejam as percepções sempre seus guias: nenhum folhoso além da obra do astro, nenhuma catequização além a não serem as passagens.



50    A criança que lê não pensa, só lê; não se instrui, aprende palavras.



51    Volvei vosso aluno atento aos prodígios do gênio e logo o tornarei curioso; mas para alimentar sua curiosidade, nunca vos apressei em satisfazê-la.



52    Não podem pensar como ajuizados. De fato, se a catequização que fornecem não amimasse aos jovens, acabaria - como disse Cícero, muito bem troçado por Petrônio - articulando para os tamboretes. E o que faz o catedrático de teor se não imitar o pescador que, por exame, sabe que se não puser a isca escolhida do peixinho vai ficar com o bumbum na pedra angular sem esperança do êxito. Tão análogo, pronunciou Petrônio em seu Satiricon, são os falaciosos bajuladores que quando vão tragar em algum aniversariante, na cervejaria dos ricos, tratam logo de endireitar suas arengas bem a meiguice dos atraídos, pois compreendem que nada abiscoitariam se não montassem as emboscadas para seus ouvidos.



53    Arranjar litígios ao adquirir do aluno e aceitai que ele delibere. Que nada ele consiga como lhe dissestes que conseguiria, mas porque ele próprio incluiu; que ele não estude informação, mas que conceba sabedoria.



54    Se alguma vez você substituir em seu espirito a razão pela autoridade, ele não raciocinará e não será mais do que um joguete da opinião dos outros.





55    Assim que a criança progride e inteligência, outras considerações importantes obrigam-nos a escolher melhor suas operações.



56    Assim que a criança consegue conhecer suficientemente a si mesma para compreender em que consiste o seu bem estar, assim que ela consegue entender relações bastante amplas para julgar o que lhe convém e o que não lhe acorda, está em condições de intuir a separação entre as tarefas e o passatempo e só apreciar a distração como um descanso do outro.



57    Componentes de utilidade autêntica podem entrar nos estudos da criança e leva-la a dar-lhes uma atenção mais constante do que dava as sem misturas diversões.



58    Sempre renascente, o princípio do imperativo cedo doutrina o mortal a bancar o que não gosta para precaver um mal que lhe desgostaria ainda mais. Este é o jeito do juízo bem ou mal sistemático nasce toda a astúcia ou toda macaca humana.



59    Para que convém isto? Eis, para o futuro, a palavra sagrada, a palavra determinante entre o professor e o aluno para todas as ações de nossa vida.



60    Eis a questão que de minha parte segue infalivelmente a todas as suas perguntas, e que serve de freio aquele amontoado de interrogações tolas e aborrecidas com que as crianças cansam sem cessar e sem resultados todos os que a cercam, mas para exercer sobre eles algum tipo de domínio do que para tirar algum proveito.



61    A criança a quem, como sua mais importante lição, ensinamos a só querer aprender coisas uteis interroga como Sócrates; não faz nenhuma pergunta sem a si mesma a razão que sabe que lhe pedirão antes de respondê-la. Sócrates encontrou mais vida nos ignorantes. Queria mostrar aos jovens o que eles já sabiam. Sabiam quão deproravel ele se tornou por saber o que procurava. Porque encontrou seu objeto de estudo, mas não estudou-o, pois não sabia se era mesmo o que procurava. Não se conhece a vida vivendo. Não se igere nada que precisa saber proque ingere. A vontade é a resposta para a felicidade. A racionalidade não exclusividade humana. É natural em tudo. Um boi não bebe nem mais e nem menos pois a saciação é automática.



62    Veja você que poderoso instrumento que coloco em suas mãos para agir sobre seu aluno. Não sabendo a razão de nada, ei-lo quase reduzido ao silencio quando quiserdes; e você, pelo contrario, que vantagem seus conhecimentos e sua experiência lhe dar para lhe mostrar utilidade de tudo o que lhe propõe!



63    Pois não se engane professor, fazer lhes essa pergunta é ensinar-lhe a fazê-la também a você por sua vez, e esteja certo de que, sobre tudo o que você propor ao aluno daí em diante, ele, seguindo seu exemplo, nunca deixará de dizer: para que serve isto?

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